2º DIA
"Salve salve galera!
Se ontem o dia foi bom, hoje foi PERFEITO!
Hoje foi o trecho Off Road / Volta no parque com deslocamento de 285km, sendo destes, 180km em trilhas e estradas de chão!
Acordei e sai por volta de 9 horas, subindo rumo ao norte, Cavalcante, onde eu entraria na serra e cortaria o parque por dentro do vale. Deixei a tralha na Pousada, pq seria, além de desconfortável, perigoso andar com tanto bagulho impedindo o movimento do meu corpo pelas trilhas.
Sai sem tomar café da manhã, pq não tenho fome quando acordo... só bem mais tarde que sinto vontade de comer algo.. Segui assim mesmo.
Até Teresina foi tudo tranquilo e com o visual show de bola! Estava em meio ao cerrado de altitude e subindo.. subindo.. subindo cada vez mais..
Detalhe para o FRIO que estava fazendo.. devido ao clima da região, ao horário do dia e ao vento, creio que a sensação térmica era de aproximadamente 13 a 15º!
Meu braço “musculoso” todo arrepiado de freio:
Mas não há de que reclamar! Estava muito gostosa a sensação.
Olhem a cor desta água:
Lindo d+!
Por falar em água, agora entendo porquê o cerrado é o berço das águas do país.. A todo momento se via pequenas quedas d’água, brejos, poços, riachos, rios.. A água simplesmente brota por todo ponto do solo em que se olhava! Obs.: Aqui faz parte da Bacia do Rio Tocantins.
Final mente cheguei em Teresina.. Cidadezinha pacata e sem nada d+... Abasteci e segui rumo a Cavalcante / Comunidade Kalunga (II – Engenho)
Eu fazendo “pose” no meio da estrada... eheh.. Detalhe para as Serras surgindo lááá atrás..
Ponte sobre o Rio das Almas (tbm achei estranho.. mesmo nome do rio que Corta Pirenópolis.. será o mesmo?)
Chegando em Cavalcante, passeei pela cidade (passeio que não durou muito, eheh)
Parei ao lado de um campinho de futebol e comi alguns pães de queijo e leite com café... bom d+! eheh
Igrejinha de Cavalcante
Por volta de onze e trinta da manhã segui então na primeira etapa de especial, o primeiro trecho OFF ROAD.
Descendo a Serra:
Esse eu considero o recho mais perigoso desta parte do percurso.. Foram aproximadamente 6 a 7km só de DESCIDA em ZIG ZAG !!
As curvas eram bem fechadas, com um desnível acentuado, várias valas/erosões e Muito, mas MUITO cascalho.
Eu quase passei reto em umas três curvas, mas a mãe de Deus me segurou e consegui virar a moto.. daí então fiquei com bastante medo e reduzi a velocidade. Na verdade eu desliguei a moto e fui descendo em ponto morto... O troço tava tão feio que não tinha nem como acelerar!
Ah, estão vendo aquele vale lááá atrás? Pois é, irei corta-lo inteiro por +- 55 km no meio do nada até eu ver uma pessoa novamente!
Durante todo percurso existem várias “pontes” feitas de meia dúzia de madeiras colocadas ligando os pontos da estrada sobre os riachos.. Dá uma olhada no “nível” da parada(ehehe):
Na primeira eu levei um susto.. como podem ver, é logo após uma curva e eu vinha chutado. Quase que eu consigo acertar o vão ali do meio... Nem penso no tanto q ia doer.. ehehe
Mais uma das pontes (devo ter passado por umas 40 pontes e pinguelas)
Aposto que você, sacana, estava pensando: “E ele não vai se perder ai no meio do nada?”
Pois é... pq vc foi pensar? Rs.. Aconteceu!
Tipo, haviam várias outras estradas e bifurcações no meio do mato...
Seguindo pela estrada principal, não havia como errar... Mas... em um determinado ponto havia uma bifurcação e a estrada simplesmente se dividia! Ambas com as mesmas características, largura, etc..
E agora Cabral? Rs.. pois é... Como havia ali uma placa indicando uma fazenda a 38Km(estrada da direita), achei que fosse a principal e segui por ela... 20 Km depois sem ver nada e como percebi que estava indo d+ rumo ao norte, me liguei que havia tomado o caminho errado. Putz... E o medo que fiquei do combustível acabar e eu ali, no meio do nada? Rs.... (enviarei o vídeo mais tarde para vocês rirem um pouco.. eheh)
Foi então que vi uma placa falando de uma pequena fazenda a 3Km. Resolvi entrar nesta estrada e ir até lá perguntar, afinal, era melhor eu perder + 6Km do que continuar na estrada errada e chegar lá no Tocantins... isso se minha gasolina não acabasse antes.
:P
Foi então que chegando na tal fazendo vejo uma miragem.. Ops, não é uma miragem, é uma pessoa!
\o/
Eis que surge o Sr. Tião, caseiro e morador ali da região!
No inicio ele ficou meio “cabreiro” comigo, mas daí fomos conversando e tal.. expliquei a situação e ele me falou que deveria ter ido pela estrada da esquerda mesmo.. ê leiê.. rs...
Tirei uma foto e mostrei para ele.. Ficou muito contente em ver sua imagem na câmera por sinal. Ele perguntou se eu tava bem e se havia comido alguma coisa (eram +- 12h:25min). Ele me ofereceu um pouco da marmita dele que estava na parte de trás da sua bicicleta.
Agradeci e falei que havia acabado de tomar café e tal.. e que iria tentar reencontrar o caminho até Colinas do Sul.
Agora sim no caminho certo:
Eis que me deparo com alguns pontos pretos na vegetação.. Eram búfalos!
Rs..
Ainda bem que estavam do outro lado do riacho e que minha moto corre mais que eles.
:P
Deste ponto em diante eu enrolei o cabo do acelerador.. Estava em velocidade de cruzeiro de 90 / 105 km/h nas retas intermináveis.
As “lombadas” naturais no meio da estrada se transformavam em verdadeiras plataformas de lançamento.. A moto voava e aterrissava macio.. era a melhor parte.. Só quem anda de moto sabe como é esta sensação de alguns poucos segundos no ar.
Alguns dos riachos por onde atravessei:
A chuva lááá na frente,bem no rumo de onde eu estava indo.
Pausa para o lanche:
Finalmente, depois de 130km de pura terra cheguei em Colinas do Sul.. Parei para abastecer e almocei por lá mesmo.
Fiquei meia hora de bobeira na pracinha e segui rumo a São Jorge.
A estrada de Colinas a São Jorge estava muito ruim e com muitos buracos... Houve um trecho de uns 500m com uma seqüência de buracos, alguns do tamanho da minha moto.
Estava pulando igual touro de rodeio.. (foi neste trecho, de tanta buraqueira, que perdi minha seta traseira.. só fui ver mais tarde)
Como diz aquele velho ditado dos trilheiros: “De moto suja mas de alma lavada!”
Realmente.. rs... Ah, aproveitando esta foto, este pneu traseiro me deu trabalho viu... escorregava d+++. Sei que para este percurso o ideal era um pneui cravudo, de mtocross, mas no conjunto da viagem não dava para usar um pneu 100% off road.. foi este de uso misto mesmo.. Acho que o original (Metzeler Sahara3) sairia bem nessa viagem. O Dianteiro é um Mitas E7 Enduro e segurou a onda legal.
Mais uns 40km de estrada de terra depois e de voltar a subir uma serra fudida, chego na Vila de São Jorge.
(Pedi para um moleque que estava jogando bola tirar minha foto.. rs.. tava cansado de tirar foto só da moto nas paisagens)
Estrada de São Jorge para Alto Paraíso.. Olha que gigante magnífico! Pena estar encoberto pelas nuvens.
Lááá atrás dá para se ver o morro da baleia.. Obs.: tem este nome devido ao seu formato)
Jardim da Maytreia:
(filme com este trecho enviarei mais tarde)
Finalmente cheguei em Alto Paraíso. Foi um dia maravilhoso, com visuais de tirar o fôlego e sensações inexplicáveis.
Não peguei uma gota d’água sequer durante todo o dia!
:D
Só chovia ao meu redor. Quando cheguei na pousada e sentei para tirar a bota que a chuva caiu..
Foto da guerreira tomando seu devido banho, mas sem a seta traseira.. Aliás, esta foto foi depois que ambos, ela e eu tomamos nossos banhos..
É isso ai galera, peguei minhas coisas e agorinha estou seguindo para São Jorge. Ficarei la de um a dois dias... Depois irei para o Lago de Serra da Mesa.. Como acho que não haverá uma Lan House, talvez fique alguns dias sem mandar noticias..
Abração e fiquem com Deus!
té"
