Para quem tem pouco conhecimento: O comando de válvulas na moto é transmitido através de uma corrente (ou vareta nas mais primitivas)ligada no eixo da cambota (virabrequim) até o eixo de comando na parte superior do motor , nos carros usa-se correia dentada. Com o uso, a corrente apresenta fadiga e para compensar isso existe um tensor de baquelite, fixo na parte posterior do motor para guiá-la, e na parte traseira há um tensor móvel, o qual é pressionado contra a corrente pelo Acionador do Tensor da Corrente de Comando.
Nas motos Honda de 200cm3 a 250cm3 nacionais as quais fazem uso da mesma peça, tem-se frequentemente notado a fadiga do Acionador do Tensor da Corrente de Comando, e isso ocorre sem um período base de uso, podendo ocorrer aos 3000km de uso ou 50000km. A forma com que foi arquitetada a peça faz com que a mesma retorne com a vibração da corrente em cima dela. Pode ocorrer também o limite de uso da corrente de comando e o tensor permanecer funcional. O que acontece é que as vezes é trocada a corrente sem ter sido dada uma atenção especial no acionador do tensor da corrente de comando que as vezes é o culpado. Pode até resolver com a troca da corrente por alguns meses, porque com a corrente nova, o acionador do tensor vai trabalhar no início do seu curso (maior pressão da mola). Segue abaixo como se examinar na sua moto, onde está localizada a fadiga.
1 - Para começar, retire o escape da moto (XR 200 e Tornado), no caso da XR 200 deve-se retirar o motor de arranque também (dá para retirá-lo sem retirar o carburador, irá precisar de uma chave combinada de 10mm).
2 - Com uma chave allen de 5mm retire o acionador do tensor, o qual estará totalmente estendido (com a ponta pra fora). Nas motos mais novas a fixação é com parafuso sextavado de 8mm, fazendo-se necessário o uso de uma chave canhão soquete. A partir daí já podemos iniciar os testes no conjunto.
3 - Com o acionador todo estendido, tente recolocá-lo na base onde estava, apenas encostando na sede com a mão, sem forçar muito. Se ficar alguma distância entre a peça e a parede do motor, significa que você ainda tem corrente em condições de uso. Quanto menor essa distância entre a peça e a sede, implica em desgate mais acentuado da corrente.
![Imagem](http://img329.imageshack.us/img329/797/peca8md.jpg)
Acionador do tensor estendido.
![Imagem](http://img227.imageshack.us/img227/5601/testecorrente8ot.jpg)
Acionador sendo colocado na sede para testar desgaste da corrente.
Não reparem que eu estou mostrando em um cilindro vazio.
4 - Agora nos resta fazer o teste do acionador, simularemos com as mãos o funcionamento da peça no motor. Com ele todo estendido, coloque a peça com a ponta para baixo em cima de alguma superfície, com uma mão aberta faça um pouco de pressão em cima da peça (como na figura abaixo) e com a outra mão, dê umas "marteladas" em cima de sua mão para verificar se a peça sede a pressão. A pressão com a mão simula a pressão entre o acionador e o tensor, enquanto que as pancadas com a outra mão simula a vibração do motor. Se isso acontecer e a peça recolher, significa que o acionador deve ser trocado, caso contrário pode recolocá-lo no lugar.
![Imagem](http://img227.imageshack.us/img227/3377/testeacionador9gv.jpg)
5 - Recolocação da peça na sede (finalização dos testes). Para se recolocar a peça no lugar, deve-se recolher a ponta da peça que agora encontra-se estendida. Pra isso abra a tampinha que tem na parte externa com uma chave philips (vulgo estrela), e agora com uma pequena chave de fenda, gire no sentido horário até a ponta recolher totalmente, quando isso acontece ela trava com a ponta recolhida e assim permanece quando se retira a chave.
![Imagem](http://img62.imageshack.us/img62/2488/recolocar9eb.jpg)
Peça sendo recolhida para recolocação.
6 - Reencaixe a peça no motor, troque a junta se necessário e fixe com os parafusos, com uma pequena chave de fenda, gire no sentido horário a peça para destravá-la. Uma pancada, com o cabo de um martelo por exemplo, também faz com que a peça destrave e voltei a acionar o tensor. Após isso feche a tampinha.
Uma observação: Na twister o exame pode ser simplificado da seguinte forma, como o escape não passa pela frente do acionador. Basta retirar a tampinha e colocar uma chave de fenda pequena (tudo isso sem desmonstar nada, com a peça no motor). Dê partida na moto e com a chave de fenda, gire no sentido anti horário, se o motor parar de bater corrente, significa que você ainda tem corrente em condições de uso, caso contrário, deve ser trocada. Se o acionador do tensor da corrente de comando estiver com a mola cansada, quando acelerar a moto, você vai ver a chave de fenda girar no sentido horário sozinha (acionador recuando com a vibração da corrente)!!! Isso implica em dizer que o mesmo deve ser trocado.
Quando se faz necessária a troca do acionador do tensor da corrente de comando, eu particulamente, não recomendo a peça original, pois irá entrar em fadiga novamente, mais cedo ou mais tarde (já acompanhei alguns casos). Aconselho a utilização da peça paralela produzida pela Plasmoto que além de ter a qualidade já comprovada (nunca vi queixas e eu mesmo uso a quase um ano), é mais barata que a original. Há também a mesma peça produzida pela WGK que parece ser ligeiramente mais barata que a da Plasmoto, mas usam o mesmo princípio de montagem.
O diferencial na peça paralela é que usa um sistema de cremalheira com uma trava que permite a peça avançar e jamais recua, então não há como perder eficiência, a corrente só vai saculejar quando realmente extrapolar a sua vida útil, fazendo agora só a troca da corrente e de repente seria até bom dar uma verificada se os tensores estão legais na hora da troca da corrente, coisa fácil de se verificar.