Motores 2T...
Motores 2T...
Uma vez, perguntei para um guru de preparacao de motores 2t sobre os mesmos e eis a resposta. Isso eh reliquia, faz mais de 5 anos. Espero q gostem. ;)
> Amigos, aquele meu colega aqui da empresa levantou uma dúvida
> interessante com relação a motores 2 tempos de 1 pistão só.
>
> No caso dos karts (podem ser os de 5,5hp mesmo), sendo 2 tempos, qual é
> a combinação exata dos 4 ítens (admissão, compressão, combustão,
> liberação)?
> Tipo, qual é a ordem que isso ocorre? Eu digo isso pois no motor de 4
> tempos, temos o ciclo completo em 2 "idas e vindas" do pistão. Nos de 2
> tempos, isso é feito em apenas 1 "ida e vinda"...
>
Igor, como certa vez li de uma forma muito bem explicada, na verdade, motores
"2 tempos" na acepção do termo, realmente não existe. O que existe, na verdade,
é um motor que executa os 4 tempos, não em sequência, mas em conjuntos de 2
tempos simultâneos.
No motor de 4T clássico temos os 4 tempos na seguinte ordem: admissão,
compressão, expansão e descarga.
Estes tempos também existem nos motores de 2T, mas de forma diversa.
Um motor 2T clássico tem 2 câmaras para tratar da mistura fresca (ao contrário
do 4T que tem apenas 1): o carter e a câmara de combustão propriamente dita. E
o separador destas 2 câmaras e responsável pela dinâmica dos fluidos dentro do
motor é o pistão.
Quando o motor 2T clássico está trabalhando, e o pistão está subindo, isso
aumenta o volume do carter e diminui o volume da câmara de combustão. Nesta
condição, o carter irá aspirar mistura fresca do carburador, enquanto outra
porção de mistura é comprimida na câmara de combustão.
Após a explosão, o pistão começa a descer, executando o tempo de expansão na
parte alta do motor. Esse movimento descendente do pistão também comprimirá a
mistura fresca que acaba de ser admitida pelo carter. Para garantir essa
compressão ocorra sem o refluxo de mistura para o carburador, existem
diferentes sistemas de válvulas para regular o fluxo de mistura: pistão
perfurado, válvula rotativa ou válvulas de palheta.
Quando o pistão alcança uma determinada altura, ele descobre a janela de
descarga, e os gases queimados são expulsos através dela. Continuando em seu
curso, o pistão passa então a descobrir as janelas de transferência, que ligam
a câmara de combustão ao carter. Como boa parte do gás queimado já foi
descarregado e a mistura fresca agora encontra-se pressionada, esta última é
transferida do carter para a parte superior do motor.
A entrada da mistura fresca na parte alta do motor causa um fenômeno de
importância cruscial para o desempenho do motor: a lavagem da câmara de
combustão. Esta lavagem nada mais é que a substituição dos gases queimados
pela mistura fresca dentro da parte superior do cilindro. Só que as coisas não
são tão elementares: qualquer motor 2T tem problemas de deixar que parte da
mistura fresca seja despejada através do escape, assim como tem pontos onde o
gás queimado não é descarregado.
O grande segredo do motor de 2T está em fazer um projeto de janelas de
transferência onde o máximo de gás queimado seja descarregado com o mínimo de
perda de mistura fresca, em qualquer nivel de rotação e de solicitação do motor.
Continuando em seu curso, logo o pistão alcança seu ponto morto inferior, e
reverte seu sentido, passando a fechar as janelas, sendo que primeiro ele fecha
as de transferência e depois a de escape. E aí um novo ciclo se inicia.
Veja que os 4 tempos do motor de 4T estão presentes também no 2T, só que eles
ocorrem em paralelo neste último tipo, permitindo que o motor complete um ciclo
por cilindro com apenas 1 rotação.
Espero ter sido bem claro. Se tiver dúvidas, pergunte.
[]'s
> Amigos, aquele meu colega aqui da empresa levantou uma dúvida
> interessante com relação a motores 2 tempos de 1 pistão só.
>
> No caso dos karts (podem ser os de 5,5hp mesmo), sendo 2 tempos, qual é
> a combinação exata dos 4 ítens (admissão, compressão, combustão,
> liberação)?
> Tipo, qual é a ordem que isso ocorre? Eu digo isso pois no motor de 4
> tempos, temos o ciclo completo em 2 "idas e vindas" do pistão. Nos de 2
> tempos, isso é feito em apenas 1 "ida e vinda"...
>
Igor, como certa vez li de uma forma muito bem explicada, na verdade, motores
"2 tempos" na acepção do termo, realmente não existe. O que existe, na verdade,
é um motor que executa os 4 tempos, não em sequência, mas em conjuntos de 2
tempos simultâneos.
No motor de 4T clássico temos os 4 tempos na seguinte ordem: admissão,
compressão, expansão e descarga.
Estes tempos também existem nos motores de 2T, mas de forma diversa.
Um motor 2T clássico tem 2 câmaras para tratar da mistura fresca (ao contrário
do 4T que tem apenas 1): o carter e a câmara de combustão propriamente dita. E
o separador destas 2 câmaras e responsável pela dinâmica dos fluidos dentro do
motor é o pistão.
Quando o motor 2T clássico está trabalhando, e o pistão está subindo, isso
aumenta o volume do carter e diminui o volume da câmara de combustão. Nesta
condição, o carter irá aspirar mistura fresca do carburador, enquanto outra
porção de mistura é comprimida na câmara de combustão.
Após a explosão, o pistão começa a descer, executando o tempo de expansão na
parte alta do motor. Esse movimento descendente do pistão também comprimirá a
mistura fresca que acaba de ser admitida pelo carter. Para garantir essa
compressão ocorra sem o refluxo de mistura para o carburador, existem
diferentes sistemas de válvulas para regular o fluxo de mistura: pistão
perfurado, válvula rotativa ou válvulas de palheta.
Quando o pistão alcança uma determinada altura, ele descobre a janela de
descarga, e os gases queimados são expulsos através dela. Continuando em seu
curso, o pistão passa então a descobrir as janelas de transferência, que ligam
a câmara de combustão ao carter. Como boa parte do gás queimado já foi
descarregado e a mistura fresca agora encontra-se pressionada, esta última é
transferida do carter para a parte superior do motor.
A entrada da mistura fresca na parte alta do motor causa um fenômeno de
importância cruscial para o desempenho do motor: a lavagem da câmara de
combustão. Esta lavagem nada mais é que a substituição dos gases queimados
pela mistura fresca dentro da parte superior do cilindro. Só que as coisas não
são tão elementares: qualquer motor 2T tem problemas de deixar que parte da
mistura fresca seja despejada através do escape, assim como tem pontos onde o
gás queimado não é descarregado.
O grande segredo do motor de 2T está em fazer um projeto de janelas de
transferência onde o máximo de gás queimado seja descarregado com o mínimo de
perda de mistura fresca, em qualquer nivel de rotação e de solicitação do motor.
Continuando em seu curso, logo o pistão alcança seu ponto morto inferior, e
reverte seu sentido, passando a fechar as janelas, sendo que primeiro ele fecha
as de transferência e depois a de escape. E aí um novo ciclo se inicia.
Veja que os 4 tempos do motor de 4T estão presentes também no 2T, só que eles
ocorrem em paralelo neste último tipo, permitindo que o motor complete um ciclo
por cilindro com apenas 1 rotação.
Espero ter sido bem claro. Se tiver dúvidas, pergunte.
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Não só ela!!! Mas a combinação da exaustão com a transferencia perfeita!!!Gargamel escreveu:Então o seguredo é a exaustão !!
Ahh e completando:
Por causa disso...
A entrada da mistura fresca na parte alta do motor causa um fenômeno de
importância cruscial para o desempenho do motor: a lavagem da câmara de
combustão. Esta lavagem nada mais é que a substituição dos gases queimados
pela mistura fresca dentro da parte superior do cilindro. Só que as coisas não
são tão elementares: qualquer motor 2T tem problemas de deixar que parte da
mistura fresca seja despejada através do escape, assim como tem pontos onde o
gás queimado não é descarregado.
...os escapes dos 2T tem aquela forma caracterisca, que visa prender gases queimados fazendos voltar ao cilindro impedindo que muita mistura fresca seja expelida pelo escape!!!
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