A história da Montesa no Brasil
A história da Montesa no Brasil
Bom galera, escrevi esta matéria para o Jeca Jóia a uns três anos atrás (naquela dias eu tinha tempo de sobra prá escrever) e por ser muito curiosa e informativa coloco aqui prá todos. Como sou um idiota de mão cheia e não sei colocar fotos aqui no fórum, se alguém se habilitar posso enviar prá que seja disponibilizada no tópico.
ESTA É A HISTÓRIA DAS MOTOS MONTESA NO BRASIL:
Me lembro ainda como se fosse hoje, o ano era 1982 e eu na porta do colégio vi chegar pela rua uma moto amarela e branca muito alta com pneus de cravos que fazia um barulho lindo, metálico e forte. Não me lembro quem estava em cima dela, mas daquela imagem e do nome da moto eu nunca mais me esqueci: MONTESA. Aquela maravilha era uma 250 H6, irmã menor da 360, moto específica para Trail/Enduro super profissional fabricada na Espanha e um dos ícones do fora-de-estrada reconhecida até os dias de hoje. Na época o Trail aqui no Brasil ainda engatinhava e começava a ganhar mais impulso com o Enduro da Independência e o lançamento pela Yamaha e Honda, de modelos mais voltados para as aventuras na terra. Eram as DTs 180, XLs 250, TTs 125 e até CGs e RX 180 com kits de preparação que reinavam absolutas pelas trilhas, mas compará-las com uma Montesa era covardia.
No início de 1981 uma empresa de Curitiba chamada IBRAMOTO iniciou a importação dos modelos Enduro 250 e 360 H6 da Montesa de um grande lote de motocicletas modelo 79 que estava encalhado nos depósitos da fábrica Espanhola causada por uma grande crise financeira que a empresa atravessava devido também à concorrência dos fabricantes japoneses que ofereciam ao mercado Europeu em geral, produtos muito mais desenvolvidos tecnologicamente e a preços bem acessíveis.
Foi desta forma que a Ibramoto viu a oportunidade de iniciar a importação de alguns modelos, e logicamente "faturar algum din din fácil".
Bem, na época a legislação Brasileira exigia que todo produto importado deveria ter um índice de nacionalização, que com o passar do tempo, fosse mais e mais ampliado, até que o produto antes totalmente gringo, tornasse 100% nacional.
As Montesa entraram de 81 a 83 no País, sendo que em 83 outros modelos como as Cappra 250 VG (modelo específico para Motocross) também chegaram até nós. Este moto dominou o cenário do cross nacional na época, pois era a única máquina profissional de fácil acesso e importada disponível no mercado. Este foi também o último modelo cross fabricado pela Montesa.
Na busca pela nacionalização de componentes para se adequar a legislação, a Ibramoto conseguiu produzir algumas peças de reposição, tais como: paralamas, tampas laterais, suportes de banco, cabos, lonas de freio, guidões, comutador de luzes, lanternas, faróis, etc. Tudo o que pode ser reproduzido o foi, mas sem a preocupação necessárias com a qualidade, mas sim, apenas com a adequação e a necessidade que permitisse importar mais um lote de motos e assim foi até que não mais conseguiram aumentar o índice de nacionalização e por mais incrível que possa parecer, simplesmente interromperam o processo de importação.
Vários outros modelos também foram trazidos juntamente com as Enduro. Chegaram até nós também as legendárias COTA 348, motos para Trial. Durante o tempo em que era a rainha das trilhas e das pistas, as Montesas se mostraram máquinas robustas e confiáveis, e quem quisesse ter uma, teria que desembolsar uma boa grana, já que o preço se equiparava a uma Honda CB 400, uma moto considerada bem cara para os padrões brasileiros naqueles dias. Desta forma, os felizes proprietários de uma Montesa, sem saber, se tornavam ao comprar as suas motos, reféns do sistema do importador, já que até pistões originais da moto da marca Mahle eram quase impossíveis de serem adquiridos. A péssima qualidade de nossa gasolina detonou muitos motores e a inexistência e o preços exorbitante de peças de reposição, decretaram o fim das Montesas no Brasil. O controle acionário da Montesa na Espanha foi assumido efetivamente pela Honda em 1986. Outras empresas Espanholas passaram por dificuldades como a Montesa, sendo que algumas continuaram após terem conseguido sair do buraco negro em que estavam, e outras não. São elas: Ossa, Bultaco, Sanglas, Derbi etc. A Montesa continua sendo uma marca forte no mercado mundial, e acabou de sagrar-se campeã do mundial de Trial pelas mãos de Dougie Lampkim. Creio que deve ser o terceiro ou quarto título dele com a Montesa. O modelo Montesa/HRC RTL 315 é considerada a moto de trial mais evoluída do mercado. A Montesa detém os seguintes títulos mundiais de trial com a COTA : Mundial Outdoor 80, 96, 00,01, 02 - Indoor: 00, 01. Já no Enduro, são inúmeros os títulos da Montesa pelo mundo todo sem esquecer que a marca também foi por várias vezes campeã Espanhola e medalha de Ouro no Six Days com o piloto Carlos Más. Este texto foi escrito com a colaboração da maior autoridade em Montesas no Brasil, Rodolfo Castro, natural de Cataguases-MG residindo atualmente em Belém-PA, que é gente da melhor qualidade e o maior expert no assunto. Rodolfo mantém um site na web que é acessado por fãs da marca do mundo inteiro, inclusive da própria Espanha, pois compilou informações, publicações, fotos, manuais, e tudo que é relacionado com Montesa. http://www.montesamotos.com.br" onclick="window.open(this.href);return false; .
A você Rodolfo, nossos agradecimentos e admiração.
Synval Turnes
ESTA É A HISTÓRIA DAS MOTOS MONTESA NO BRASIL:
Me lembro ainda como se fosse hoje, o ano era 1982 e eu na porta do colégio vi chegar pela rua uma moto amarela e branca muito alta com pneus de cravos que fazia um barulho lindo, metálico e forte. Não me lembro quem estava em cima dela, mas daquela imagem e do nome da moto eu nunca mais me esqueci: MONTESA. Aquela maravilha era uma 250 H6, irmã menor da 360, moto específica para Trail/Enduro super profissional fabricada na Espanha e um dos ícones do fora-de-estrada reconhecida até os dias de hoje. Na época o Trail aqui no Brasil ainda engatinhava e começava a ganhar mais impulso com o Enduro da Independência e o lançamento pela Yamaha e Honda, de modelos mais voltados para as aventuras na terra. Eram as DTs 180, XLs 250, TTs 125 e até CGs e RX 180 com kits de preparação que reinavam absolutas pelas trilhas, mas compará-las com uma Montesa era covardia.
No início de 1981 uma empresa de Curitiba chamada IBRAMOTO iniciou a importação dos modelos Enduro 250 e 360 H6 da Montesa de um grande lote de motocicletas modelo 79 que estava encalhado nos depósitos da fábrica Espanhola causada por uma grande crise financeira que a empresa atravessava devido também à concorrência dos fabricantes japoneses que ofereciam ao mercado Europeu em geral, produtos muito mais desenvolvidos tecnologicamente e a preços bem acessíveis.
Foi desta forma que a Ibramoto viu a oportunidade de iniciar a importação de alguns modelos, e logicamente "faturar algum din din fácil".
Bem, na época a legislação Brasileira exigia que todo produto importado deveria ter um índice de nacionalização, que com o passar do tempo, fosse mais e mais ampliado, até que o produto antes totalmente gringo, tornasse 100% nacional.
As Montesa entraram de 81 a 83 no País, sendo que em 83 outros modelos como as Cappra 250 VG (modelo específico para Motocross) também chegaram até nós. Este moto dominou o cenário do cross nacional na época, pois era a única máquina profissional de fácil acesso e importada disponível no mercado. Este foi também o último modelo cross fabricado pela Montesa.
Na busca pela nacionalização de componentes para se adequar a legislação, a Ibramoto conseguiu produzir algumas peças de reposição, tais como: paralamas, tampas laterais, suportes de banco, cabos, lonas de freio, guidões, comutador de luzes, lanternas, faróis, etc. Tudo o que pode ser reproduzido o foi, mas sem a preocupação necessárias com a qualidade, mas sim, apenas com a adequação e a necessidade que permitisse importar mais um lote de motos e assim foi até que não mais conseguiram aumentar o índice de nacionalização e por mais incrível que possa parecer, simplesmente interromperam o processo de importação.
Vários outros modelos também foram trazidos juntamente com as Enduro. Chegaram até nós também as legendárias COTA 348, motos para Trial. Durante o tempo em que era a rainha das trilhas e das pistas, as Montesas se mostraram máquinas robustas e confiáveis, e quem quisesse ter uma, teria que desembolsar uma boa grana, já que o preço se equiparava a uma Honda CB 400, uma moto considerada bem cara para os padrões brasileiros naqueles dias. Desta forma, os felizes proprietários de uma Montesa, sem saber, se tornavam ao comprar as suas motos, reféns do sistema do importador, já que até pistões originais da moto da marca Mahle eram quase impossíveis de serem adquiridos. A péssima qualidade de nossa gasolina detonou muitos motores e a inexistência e o preços exorbitante de peças de reposição, decretaram o fim das Montesas no Brasil. O controle acionário da Montesa na Espanha foi assumido efetivamente pela Honda em 1986. Outras empresas Espanholas passaram por dificuldades como a Montesa, sendo que algumas continuaram após terem conseguido sair do buraco negro em que estavam, e outras não. São elas: Ossa, Bultaco, Sanglas, Derbi etc. A Montesa continua sendo uma marca forte no mercado mundial, e acabou de sagrar-se campeã do mundial de Trial pelas mãos de Dougie Lampkim. Creio que deve ser o terceiro ou quarto título dele com a Montesa. O modelo Montesa/HRC RTL 315 é considerada a moto de trial mais evoluída do mercado. A Montesa detém os seguintes títulos mundiais de trial com a COTA : Mundial Outdoor 80, 96, 00,01, 02 - Indoor: 00, 01. Já no Enduro, são inúmeros os títulos da Montesa pelo mundo todo sem esquecer que a marca também foi por várias vezes campeã Espanhola e medalha de Ouro no Six Days com o piloto Carlos Más. Este texto foi escrito com a colaboração da maior autoridade em Montesas no Brasil, Rodolfo Castro, natural de Cataguases-MG residindo atualmente em Belém-PA, que é gente da melhor qualidade e o maior expert no assunto. Rodolfo mantém um site na web que é acessado por fãs da marca do mundo inteiro, inclusive da própria Espanha, pois compilou informações, publicações, fotos, manuais, e tudo que é relacionado com Montesa. http://www.montesamotos.com.br" onclick="window.open(this.href);return false; .
A você Rodolfo, nossos agradecimentos e admiração.
Synval Turnes
Editado pela última vez por synval em 25 Março 2016 à35 22:55, em um total de 2 vezes.
synval, crosschão, Betioli,
Mermão, juntando os 3 dá uns 427 anos hein ??
Brincadeiras à parte, seu texto está otimo Synval, so tinha visto fotos e ouvido falar por alto dessas motos, valeu por repartir com a gente o teu conhecimento !!!
E vê se desenterra mais alguns " PAPIROS " escritos por vc !!!
Mermão, juntando os 3 dá uns 427 anos hein ??
Brincadeiras à parte, seu texto está otimo Synval, so tinha visto fotos e ouvido falar por alto dessas motos, valeu por repartir com a gente o teu conhecimento !!!
E vê se desenterra mais alguns " PAPIROS " escritos por vc !!!
kakakakakakakakkaka :lol: :lol: :lol:synval, crosschão, Betioli,
Mermão, juntando os 3 dá uns 427 anos hein ??
Em 83 eu tinha 16 anos, e tbém andei numa 250 H6.... :mrgreen: :mrgreen:
O treko era o demo em 2 rodas.....tinha que colar a bunda no banco para ficar em cima dela... :lol: :lol: :lol: Até que era "econômica".. fazia 9km/l :shock: :shock:
Parabéns pelo texto Synval!!
Pois é ,eu tive a honra de ser um dos participantes do Iº Enduro da Independência em setembro de 1983,foi o segundo enduro de regularidade que eu fazia,já havia feito o Enduro Chafariz de D.Rodrigo,ou Dois Dias de Ouro Preto,também em Minas,mas a minha experiência era muito pouca em regularidade,pois estava acostumado a correr em enduros de velocidade,por isso corria de Montesa 360 H6,que era um canhão,mas não era a moto apropriada pra se correr uma prova de regularidade.Acontece que o presidente do TCMG na época era o meu amigo Rominho,um cara parceirão e que sempre vinha correr as provas no RIO,então ,quando o TCMG lançou o Independência,ele intimou a todos nós pilotos do RIO a participar,e embora fossem todos pilotos de enduro de velocidade,os mais 'fominhas' se apressaram a fazer as inscrições,e a preparar as motos de velô para um regularidade de longa duração,seria uma aventura que ninguém iria se esquecer,nem os pilotos participantes,nem os apoios,a organização,a mídia ,enfim ,um marco na história do off road nesse país.
A ordem de largada foi decidida por sorteio e coube à minha dupla o nº37,sendo eu o 37-A,por ser mais rápido e a moto mais potente,e o meu parceiro que estava de Montesa 250 H6(ô trem ruim!) ficou sendo o 37-B,e nos dedicamos a equipar as motos com pranchetas (essas de Eucatex)para a planilha que era em folhas ,como um bloco, que voce recebia um novo a cada dia,presas no guidon,e
nelas dois relógios digitais e uma máquina de calcular.Como a minha moto bebia mais que côrno largado da mulher,um amigo me arranjou com outro amigo(havia muita solidariedade)um tanque de plástico importado ,acho que de uma TT 500,o qual tinha uma capacidade maior e adaptamos na Montesa e mesmo assim eu levei e andei os tres dias com um galãozinho de tres litros amarrado no paralamas traseiro por precaução,mas não cheguei a usar,o tancão deu conta do recado.
Olha galera,se eu ficar aqui contando os detalhes dessa aventura RIO-Minas,o admin.vai bloquear por excesso de linhas e possivelmente vai me despachar para o Alaska,rsrsrsrsrsrsrs...mas se ainda tiverem interesse(ou paciência!)eu posso contar o resto. :D
A ordem de largada foi decidida por sorteio e coube à minha dupla o nº37,sendo eu o 37-A,por ser mais rápido e a moto mais potente,e o meu parceiro que estava de Montesa 250 H6(ô trem ruim!) ficou sendo o 37-B,e nos dedicamos a equipar as motos com pranchetas (essas de Eucatex)para a planilha que era em folhas ,como um bloco, que voce recebia um novo a cada dia,presas no guidon,e
nelas dois relógios digitais e uma máquina de calcular.Como a minha moto bebia mais que côrno largado da mulher,um amigo me arranjou com outro amigo(havia muita solidariedade)um tanque de plástico importado ,acho que de uma TT 500,o qual tinha uma capacidade maior e adaptamos na Montesa e mesmo assim eu levei e andei os tres dias com um galãozinho de tres litros amarrado no paralamas traseiro por precaução,mas não cheguei a usar,o tancão deu conta do recado.
Olha galera,se eu ficar aqui contando os detalhes dessa aventura RIO-Minas,o admin.vai bloquear por excesso de linhas e possivelmente vai me despachar para o Alaska,rsrsrsrsrsrsrs...mas se ainda tiverem interesse(ou paciência!)eu posso contar o resto. :D
nada disso... conta tudo lá no topico do 1º enduro da independencia !!!Tracker escreveu: Olha galera,se eu ficar aqui contando os detalhes dessa aventura RIO-Minas,o admin.vai bloquear por excesso de linhas e possivelmente vai me despachar para o Alaska,rsrsrsrsrsrsrs...mas se ainda tiverem interesse(ou paciência!)eu posso contar o resto. :D
vc tá intimado.... sorta os dedo no teclado ai !
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- Ultra Membro
- Mensagens: 3818
- Registrado em: 29 Dezembro 2004 à29 16:44
Que nada vai escrevendo aí p/ nós. Esconde o leite nao. heheheTracker escreveu:...
Olha galera,se eu ficar aqui contando os detalhes dessa aventura RIO-Minas,o admin.vai bloquear por excesso de linhas e possivelmente vai me despachar para o Alaska,rsrsrsrsrsrsrs...mas se ainda tiverem interesse(ou paciência!)eu posso contar o resto. :D
Se vc for despachado para o Alaska, olha o lado bom da coisa:
Vc pode fazer trilha na neve. Inedito isso hein hehehee. :twisted:
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