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Yamaha MT-07 conquista a montanha em tradicional prova de Hill Climb

A moto vencedora e a de linha usam a mesma base, sendo ambas feitas no Brasil(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)
A moto vencedora e a de linha usam a mesma base, sendo ambas feitas no Brasil(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)

Indaiatuba (SP) – A badalada prova Pikes Peak International Hill Climb é uma subida de montanha em estrada, disputada em Colorado Springs, Colorado, Estados Unidos, desde 1916, com 20 quilômetros de extensão, em nada menos que 156 curvas. A largada é dada em uma altitude de 2.300 metros e a chegada a cerca de 4.500 metros, por isso também chamada de Prova Para as Nuvens. Esta variação é outro complicador, já que, ao longo da prova, o ar vai ficando mais rarefeito e a temperatura vai caindo, alterando a aderência e pressão dos pneus, e também a mistura do combustível.

Para complicar ainda mais, ao longo das 156 curvas da estrada, pode haver “sujeira” na pista, fazendo companhia a barrancos de um lado e precipícios de outro. Aliás, a prova começou com Spencer Penrose (que dá nome ao troféu), com trechos em terra, posteriormente pavimentados. Para superar tudo isso, Rafa Paschoalin fez uma extensa preparação na Yamaha MT-07 vencedora em 30 de junho, da categoria Middlewweight, que vai de 501cm³ a 850cm³ de motorização. Todo o desenvolvimento foi feito no Brasil, privilegiando componentes nacionais e a moto enviada pronta por avião.

A MT-07 vencedora do Pikes Peack acelera e inclina com extrema facilidade(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)
A MT-07 vencedora do Pikes Peack acelera e inclina com extrema facilidade(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)

PREPARAÇÃO A Yamaha MT-07 é um modelo de linha, da nova geração, lançada em outubro de 2018, e faz parte da família MT, Master Of Torque, com motor de dois cilindros em linha de 689cm³, que entrega 74,8cv a 9.000rpm e torque de 6,9kgfm a 6.500 rpm, com a tecnologia “crossplane”, de movimentação dos pistãos, com defasagem de 270 graus. Para competir, o peso original de 183kg foi aliviado ao máximo, com retirada de setas, farol, suporte de placa, espelhos, parte da instalação elétrica e até o ABS e parafusos desnecessários. O resultado foi uma redução de cerca de 20kg.

Rafael Paschoalin venceu a categoria Middleweight com autoridade(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)
Rafael Paschoalin venceu a categoria Middleweight com autoridade(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)

As rodas foram substituídas pelas da exclusiva R1M. A corrente, por outra mais fina, e os rolamentos trabalhados para rodar mais soltos e não “roubar” potência. A bateria foi trocada por uma de íon lítio, o guidão original substituído pelo da MT-03, mas instalado de forma invertida. Para tanto, o tanque teve que ser levemente rebaixado.

Pilotar a MT-07 trás adrenalina e muita diversão(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)
Pilotar a MT-07 trás adrenalina e muita diversão(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)

O motor foi “taxado” com trabalho no cabeçote, para consumir etanol. Isso também exigiu um remapeamento eletrônico do motor e um profundo trabalho no escape, consumindo cerca de 400 testes no dinamômetro. Com as alterações, a potência subiu para cerca de 90cv.

O motor entrega cerca de 90cv(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)
O motor entrega cerca de 90cv(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)
As rodas, calçadas com pneus de competição, são da R1M(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)
As rodas, calçadas com pneus de competição, são da R1M(foto: Gustavo Epifânio/Yamaha/Divulgação)

ANDANDO A suspensão dianteira teve o fluído trocado e ficou mais baixa. A suspensão traseira ganhou novo amortecedor. Os freios ganharam novas bombas de competição, assim como os pneus. As pedaleiras foram reposicionadas, curiosamente, com alturas diferentes, e o câmbio invertido, com o quick shift. Rafa optou pela MT-07 pela extrema maneabilidade que permite extrair todo seu potencial. Tanto que fez a pole na categoria (sexto na geral) e venceu a prova. Na hora de experimentar percebe-se tudo isso. A moto acelera muito, mas também “curva” com incrível facilidade, resultando em muita diversão, embalada por um belo ronco e, contrariando as regras para motos de competição, com boa dose de conforto.

Fonte: Motoraid